domingo, 13 de janeiro de 2008

Atmosfera Cave


Eu estava sempre naquela caverna por debaixo do tronco da árvore guardiã da morte. Preso pelas raízes sangrentas em meus tornozelos e pulsos de ramos estreitos. Em breve seria uma ramificação de alma, daria assombro e sortilégio àquele vale assassino.
Mas tu chegaste e eras uma flor… aquela árvore demoníaca não dá flores alvas, apenas botões que brotam sangue incandescente e fervente, ácido que corrói a carne. O branco das tuas pétalas de seda trespassou meu coração de madeira envelhecida e fê-lo brotar aquele sémen vermelho-negro que te banhou e transformou na mais bela rosa rubra jamais sonhada. E assim pintei para sempre tuas pétalas. E o amor reinou para sempre no vale.

“A mulher tem isso em comum com o anjo:
os seres que sofrem pertencem-lhe” (Honoré de Balzac)