segunda-feira, 17 de agosto de 2009


Caminho ausente sobre o fogo do presente
Pisando folhas azuis onde cairam chuvas salgadas naquele tempo de sol rosado
A silhueta que segue curvada é rainha do nada, sempre solta, sempre aguda
Escavando na alma chagas e no peito grutas sem fundo
Este mundo.
A beleza é finda, o fogo extinto
Certeza fugidia
Evadiu-se a alegria sadia
Como aquela visão que tive um dia
Eis a presente cegueira.
Porque é o pesar que me conduz pelas chuvas azuis
Folhas salgadas afundam-se em pauis
De afagar ânsias moribundas
Melancolias profundas.
Sentado olho o telhado de uma casa que já foi feliz
Daqui não vislumbro a raíz
Fantasma sigo. Sombra.
Baloiçante na espuma dos dias. Amanhã. Outro suspiro.
A amarga fé em renascer persigo.
(Rodriguez2009)