segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PERFECT LOVE SONG

I could take all the craziness out of you
That's what I loved you for
Take away all the orange, greens and blues
That's what I loved you for

you said
Take a look at me
You think it really could be that easy?
come on, take a look at me
You think it really could be that easy for you?

I know about guys, I know where they live
And i am just the same
The ones that matter fight against themselves
But it's so hard to change
Hey, I could love you
Take all that love away from you
Hey, I could love you
Put you in this box I've made for two

So you could take all this craziness out of me
That's what you love me for
Well, I don't mean to laugh
But if you know all this
You must be halfway there

Well, like that dress tonight, you won't know as it falls from you
Turn around and it's winter, darling
Look in the mirror and it won't be you

cos i am another dog
I've been around the block
So many times
And it's the same old turns
Same old feelings straight down the line
Yeah, I can love you
Grab that leash and drag you to a place you'd never known
I know where my bones are buried
May take me a while, but I'd find my way home

(BURIED BONES, by Tindersticks)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

prefer a feast of friends to the millionaire solitude

Desço a calçada ardente olhando o casario doente. Um pedaço de lixo esvoaçante provoca arrepio pela dança que transporta a impressão do gesto humano e sua presença térrea. O som do auto rádio é belo, semente de amargura sentida, um veludo que roça a alma. E vou por ali abaixo olhando o passado de peças de puzzle desencaixadas e à espera de harmonia. Às vezes sinto-me feliz, porque alguém me sorriu com vontade. Mesmo naquele momento. Foi lindo.
Outras choro por dentro, onde por fora sorrio. É sempre assim. Um dia vou dormir e depois o sorriso eterno mais não será que ironia vã. Quem deixei para trás talvez não merecesse outra coisa. Quando me dizem que lhe dêem um punhado de notas e farão uma fortaleza à prova de dor, um mundo de felicidade e amor, penso que é sim, talvez eu fizesse o mesmo! Mas depressa me baixo sob o peso do sol ardente. Curvado perante o vazio que é a incompreensão. Ansiando por abraço antigo, por palavras de amigo.
Prefiro o sonho de alguém que me afague a nuca, por entre uma música que flutua entre sussurros. Sorrisos mudos. Sinceros e cúmplices olhares, ternos esgares… sonho a liberdade de um peito cheio de ar numa manhã de visitas surpresas, alegria sobre as mesas numa comunhão de afectos que não é falsa, é feliz. Sonho ser homem que não pede perdão por respirar mais alto, não se curva à espera de reconhecimento do global conceito.
Acordo e a vida recomeça. Mais um dia, mais uma luta. Um dia será assim.