domingo, 12 de julho de 2009

Optimus alive, dia 2


PLACEBO DE EFEITO RÁPIDO
Este festival tem muita publicidade, boa situação geográfica na capital, uma organização satisfatória para eventos do género, mas falta-lhe qualquer coisa… Confesso que não foi o que esperava. Seja porque não disfrutei do concerto dos Placebo conforme as expectativas por haver uma péssima visibilidade, mesmo furando para o meio da turba; seja porque os concertos foram curtíssimos (pelo menos foi essa a impressão com que fiquei).
Demasiadas bandas, horário demasiado alargado, um terreno em frente ao palco principal que parece descer na direcção traseira, daí a péssima visibilidade do palco, mesmo estando-se atrás de pessoas mais baixas… ou então, um palco mais baixo que o habitual. Seja como for, foram 50 euros vezes dois, mais 65 de gasolina, mais 35 de portagens, mais um regresso de cabeçadas no volante até ao Porto…300 km duríssimos… Tudo isto para ver, em condições precárias, pouco mais de uma hora de Placebo…
Mas a banda de Brian Molko actuou à sua (nova) imagem. Tiveram momentos muito bons e à altura do que esperava. O substituto de Steve Hewitt é mais jovem e enérgico, os músicos contratados dão uma nova dimensão à banda e as faixas do novo “Battle for the sun” são revivalistas nos acordes veementes das guitarras. Menos electrónica no ar, um regresso às origens em termos estéticos, mas uma maturidade crescente, até na pose mais sóbria de Molko. O belga aparece agora menos travestido e mais másculo nos movimentos e na postura. O rock é mais puro e vibrante, se bem que a marca punk-glam dos Placebo esteja visível, quer nas letras, quer mesmo nos acordes.
Em suma, uma emoção grande vê-los ali depois de 300 km e 200 euros fora do bolso, pela primeira vez, depois de anos e anos a esperar. Mas uma emoção também ela sóbria, porque afinal eles nem sequer foram cabeças de cartaz, mas principalmente porque as condições e o tempo de actuação não foram o que se esperava. Não tocaram “This picture”, nada do 1º album; pouco do segundo; nem sequer “Slave to the wage”! Do novíssimo, também ficaram no bolso o excelente “Kings of medicine” ou “Bright lights”. Em suma: Placebo fica para uma próxima, enquanto isso, há sempre o Lcd com as colunas a bombar.