sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

TINDERSTICKS, VILA FLOR




Fotos: Maisportugal.com Portal Guimarães
Vilaflor, centro cultural, Guimarães. Mesmo público sempre maduro, nada de sub30. Stuart Staples e mais 6 instrumentistas a decorar o palco, como sempre. Não morrem os Tindersticks, antes se renovam e mantêm vivos coerentemente. Registo lento e deferente ao som-silêncio, pois claro.
Venha quem quiser dizer que é uma monotonia enfadonha e depressiva, pois eu mando esses deixar de ouvir os Stings e os U2s da família gigante. É bem uma dor dispensável ouvir aquelas orquestrações, mas os momentos felizes não seriam tão belos sem elas.
Mais um álbum do mesmo: melodias inesquecíveis no cetim que lançam aos ouvidos ébrios do espectador-ouvinte. São sempre assim os Tindersticks, é sempre uma voz inesquecível a de Stuart Staples.
Nestes outros tempos, outros acordes que se pretendem joviais na profunda e interminável mágoa social. Mas também o fado sofrido é nosso, daí…
Tindersticks. A pose saudosa dos tempos 90, revivalista na alma que quer ser melancólica quando a felicidade é efémera. Como um romantismo que é uma doença sem cura e um peso que nos verga perante a beleza saudosa.
Tecnicamente, pouco a acrescentar, músicos de nível elevado, numa maturidade cuja harmonia se solta nos acordes. Às vezes pergunto-me como é possível tal acerto, mas depois lembro-me que parece que foi ontem, mas já lá vão 20 anos desde o primeiro homónimo.

Momentos mais marcantes da noite: “Marbles”, inesperado e doce; o genial “Mother dear” e, claro, o novíssimo portento “Factory girls”. No final 2+1 encores, de entre os quais o inevitável emblemático “City sickness”e as saudades que estão já aí.