quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Palingenesia II

Interroga-se o porquê da leviandade, da insegurança, da fuga ao direito. Espremem-se vidas que num ápice se esvanecem num pôr do sol tardio mas repentino. Anseia o peito pelo oxigénio escasso, moribundo, ténue como a chama do pavio estreito. Cerca o coração a grade dolorida que é a cor da vida. Vida quebradiça.
Subitamente tudo abana, até o júbilo ávido de chegar ao lar. Altera-se o rumo e o plano rotineiro delineado. Vacila o direito mentalmente moldado pelo grupo. Treme o peito. Soluça pelo leito adormecido e pelo sonho leve que se torna gigantesco pesadelo. Assombra o medo. A vida termina na vida de quem periga. Um acaso imprevisto que altera a trajetória e a rende perante o abismo.
Renasce certeiro o plano primeiro. Formula um jeito mais sério de ser. Era um dia tão normal que se tornou num ocaso atmosférico infernal. O beijo da morte é lúgubre, atira com o peito ao pó terreno. Depois vive-se em transe até a rotina esbater o trauma até à mera lembrança. Assoma a horrenda compaixão pelo ego. Lacrimal ensejo a rojar um estado absurdo e humanamente quebradiço, lentamente delinquindo até à vertigem do sacrifício.
Rodriguez 2012