quinta-feira, 11 de outubro de 2007

soneto experimental

Foi num dia ardente de passagem temporal
Um rosto fechado, esgar dourado e triste
Um olhar me lançou, de expressão angelical
Logo aí renasci e o mágico momento persiste

Olhei então o céu de estrelas forjadas belas
Como incrédulo vendo cair sobre si mais belo sonho
Vendo perdurar teu rosto mutante, agora risonho
Fonte generosa pintando minha alma de aguarelas

Mas a dúvida veio como gume glaciar cortando sol
Negras nuvens de agoiro ao barqueiro roubando o farol
E segui-te assim ávido até à terra do eterno sem dor

Então dançámos na noite segura já livre de amargura
Teu gesto doce, olhar forte irradiante de candura
Vendo chegar o raio cintilante na bruma: o amor, o doce amor.

para Daniela Rodriguez 2006

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