Para quem se habituou a gostar de Henry Miller, tem a oportunidade de descobrir o universo Bukowski com esta obra surpreendente pela sensibilidade extrema que irradia. “Mulheres” não é apenas literatura erótica ou sobre a psicologia feminina. Henry Chinaski, a personagem central, não é mais do que o alter-ego de Bukowski. Estamos perante uma espécie de autobiografia transformada em romance, por onde desfilam mulheres belas, interessantes e diversas pela passerelle que é o corpo de Chinaski, um escritor de 50 anos, divorciado e com uma filha ilegítima.
A personagem, um escritor à margem da sociedade politicamente correcta, vai escrevendo de forma crua, nitidamente realista, amiúde grotesca, violenta e sempre irónica, a sua decadência física provocada pelo álcool e por uma vida completamente desregrada. Por entre as bebedeiras, as ressacas permanentes, os vómitos, as corridas de cavalo, as leituras nas universidades, as festas, as cartas de admiradoras e as esperas no aeroporto, só há tempo para sexo. Relações, rupturas, reconciliações, novas rupturas, experiências sexuais intensas… é assim a vida de Chinaski tal como o vamos conhecendo ao longo do livro. Uma vida circular, onde não há lugar ao amor, apenas à experiência, à prova, à exploração do ser feminino, um ser que é forte e frágil e tremendamente original na sua relação com o sexo oposto. Os relatos das cenas sexuais são extremamente estimulantes e eróticos, de um realismo que ultrapassa todos os limites.
“O amor só convém aos que não são capazes de suportar essa sobrecarga psíquica. É como tentar atravessar um caudal de mijo com um caixote cheio de lixo às costas.”- diz ele, mas, no fundo, Chinaski é um sentimental, uma espécie de criança em corpo enorme, que procura o peito da mãe e cujas manias e gestos por vezes marcadamente kitsh, irradiam ternura. Obra muito sensual e explícita sexualmente, prima pela atracção quase fatal e dependência que provoca no leitor.
A personagem, um escritor à margem da sociedade politicamente correcta, vai escrevendo de forma crua, nitidamente realista, amiúde grotesca, violenta e sempre irónica, a sua decadência física provocada pelo álcool e por uma vida completamente desregrada. Por entre as bebedeiras, as ressacas permanentes, os vómitos, as corridas de cavalo, as leituras nas universidades, as festas, as cartas de admiradoras e as esperas no aeroporto, só há tempo para sexo. Relações, rupturas, reconciliações, novas rupturas, experiências sexuais intensas… é assim a vida de Chinaski tal como o vamos conhecendo ao longo do livro. Uma vida circular, onde não há lugar ao amor, apenas à experiência, à prova, à exploração do ser feminino, um ser que é forte e frágil e tremendamente original na sua relação com o sexo oposto. Os relatos das cenas sexuais são extremamente estimulantes e eróticos, de um realismo que ultrapassa todos os limites.
“O amor só convém aos que não são capazes de suportar essa sobrecarga psíquica. É como tentar atravessar um caudal de mijo com um caixote cheio de lixo às costas.”- diz ele, mas, no fundo, Chinaski é um sentimental, uma espécie de criança em corpo enorme, que procura o peito da mãe e cujas manias e gestos por vezes marcadamente kitsh, irradiam ternura. Obra muito sensual e explícita sexualmente, prima pela atracção quase fatal e dependência que provoca no leitor.
Os que preferem o cinema à leitura podem contemplar um cheirinho do que é a atmosfera Bukowski vendo Barfly, amor marginal, de 1987, realizado por Barbet Schroeder, com Mickey Rourke e Faye Dunaway, cujo guião é escrito pelo autor de "Mulheres".