sexta-feira, 3 de abril de 2009

KENNY

Gosto de pensar que aprendi a gostar deste animal porque ele me lembra muitas vezes que há vida para além do ser humano. Uma vida selvagem? Sim, mas não menos importante na engrenagem cósmica. Conceitos, preceitos, filosofias, chavões; teorias que são frias ou vidas que são vazias. Humanos: Cruéis. Traição e rancor, maldade e ódio, amor...
Os gatos devem limitar-se a serem portadores de pouco disto. Percebem muito de tapetes e de futebol individual; dominam os sprints, dormem sem ressonar, porque ressonam acordados.
São mestres na arte do ócio, lavam-se a cada hora e vivem felizes. Parecem invisíveis às vezes, mas o aspirador sabe bem da sua existência. Outras, barram caminhares apressados no sono vertical da manhã indesejada.
São vidas dependentes, almas (in)conscientes do seu relevo na humana rotina. São corpos felpudos que vagueiam, mudos, pela mesa acima.
Amigos incondicionais, admiráveis animais. São gatos, nada mais.

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