segunda-feira, 6 de outubro de 2008

PARIS JE T'AIME




Paris, a cidade do amor

Perdoem-me o cliché, mas Paris é uma cidade fantástica. A paisagem é de uma beleza desconcertante, os parisienses têm um ar arrogante mas pertinente, as parisienses possuem uma beleza que é só delas, uma coqueterie muito distinta que marca definitivamente a atmosfera da cidade do amor.
Metrópole moderna, complexa e gigantesca, a Paris dos nossos dias parece tirada de séculos anteriores, tal é o ar janota e de vestes clássicas que exibe. A arquitectura é toda ela harmoniosa, gótica ou clássica, transmite melodias de acordeão e violino. A cultura vasta é patente por toda a parte, história viva de uma Europa sábia e vaidosa.
Por entre o metro de vagabundos e pedintes que dormem à espera da luz eterna, encontram-se artistas que pedem esmola exibindo dotes de jongleurs incompreendidos, a Babilónia de seres humanos coloridos a tons escuros esquecidos de ouvir o zoar cosmopolita que a cidade emana.
Visitei o Louvre, esse antro da cultura ocidental, disfrutei das cores originais da Mona Lisa e das rochas frias e ao mesmo tempo voluptuosas da Vénus de Milo, senti o arrepio extasiante inesperado diante da maior obra da pintura romântica, Liberdade guiando o povo, de Delacroix. Soube a pouco, mas o tempo…escasso, a pedir uma nova visita.
Passeei pela Butte de Montmartre, contemplei as cores garridas e libertinas do Moulin Rouge… subi ao Sacré Coeur e vi a Torre Eiffel ao longe na paisagem urbana interminável. Tinha que subir até ao topo da dama de ferro da cidade eterna francesa. E subi, foi soberbo. Senti o amor, na visita nocturna por entre gauffres e crêpes doces, friozinho que nos faz agarrar ainda mais o que gostamos e quem gostamos.
O Quartier Latin irradia charme nos alfarrabistas e nos bistrots e restaurantes gregos, asiáticos e mais ocidentais. Sente-se a boémia que se arrasta na madrugada. Não quero ser injusto com todos os outros locais que visitei. Não divagando sobre eles, elogio-os como mágicos, encantadores até na sua tristeza ou tons cinzentos, quer seja a Notre-Dame de Paris, o Père Lachaise, o fantasma da Bastilha ou, mais para fora, Versailles.
No final, a saudade que aperta e a certeza do regresso à cidade bela, depois do regresso a um inesperado silêncio torturante do Porto.

6 comentários:

Rony disse...

Existe a tal ideia de que toda a gente deveria viver em Paris, pelo menos, durante um ano. É portanto uma cidade de passagem, mas uma passagem intensa, vivida ao limite, onde se sorve toda a essência desta metrópole única.

Infelizmente, não vivi em Paris durante um ano (pelo menos até agora), nem sequer a conheço, nem francês falo, o pouco que sabia, evaporou-se… Mas está na lista das cidades a visitar. E como cidade do amor que é, o momento presente é ideal para a visitar.

P.s. O Jim Morrison ainda está no Père-Lachaise? Ai há uns tempos falou-se que ia ser trasladado…espero que não tenha sido.

Rodriguez disse...

Não foi trasladado, pelo q sei (apesar dos rumores indicarem um pedido da família que, por via dos visitantes inoportunos, queriam que o governo francês não renovasse a licença), pelo menos o túmulo lá estava na semana passada, pequeno, modesto, esquecido no tempo... como se um Morrisson silenciado já não quisesse mais cantar o frenesim da sua juventude... o túmulo é mto triste... mas regozijo-me pela luxúria dos anónimos ser deles, que não fizeram história...

Azoreano Náufrago disse...

Passei por Paris quando vos fui visitar ao Lux (onde fui muito bem acolhido, como sempre!) e voltei lá passados 2 anos. Só lá passei um fim de semana. Muito pouco para conhecer esta encantadora cidade. Mas conto lá voltar e passar mas tempo por lá.
Moi aussi j´aime Paris, putain!

João Rodrigues disse...

ainda havemos de ir a paris juntos, paulo... qualquer dia, la vamos nós visitar essa maravilhosa cidade...
eu também ja a visitei, mas foi há muitos anos e não apreciei devidamente essa visita...
gostaria muito de la voltar... talvez um dia ;)

Rodriguez disse...

Vamos lá voltar João, tá combinado, nem q seja a última coisa q fizermos juntos, pá!! abraço :-)

Rodriguez disse...
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